sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Luz no fim do corredor

(Foto por Brett Johnson)
Podem até estranhar, mas desde pequenino eu já achava legal quando acabava a luz. Era quando a família toda se juntava na mesa da cozinha e com velas acesas conversavam, bem atentos aos assuntos, pois não tinham mais nada pra fazer. Sem preocupações, pois o jeito era esperar, que alguma hora a energia iria ser restabelecida, e assim nos espalhávamos pela casa novamente, com nossos afazeres.
Imagino como deveria ser antigamente, quando não havia energia elétrica. Ao anoitecer, as velas e as lamparinas auxiliavam as atividades, que geralmente eram: ler, costurar, escrever, cozinhar, conversar, estudar... o tempo passava mais naturalmente comparado ao de hoje em dia.
Quando acabava a luz, eu ficava imaginando, olhando pela janela a cidade ou o bairro parado por conta de uma coisa que não existe, a energia.
Ontem houve uma tempestade e faltou luz no fim do corredor. Sem computador e ainda com um pouco de luz natural, fui estudar. Uma hora após, vem a preocupação: o sol desaparecendo e eu que apostava que a energia voltaria logo, acabei perdendo. Fui atrás de velas.
Acendi duas velas e continuei estudando. Mas com o tempo meu instinto de pequeno voltou, deixei minha leitura de lado e comecei a brincar com o fogo da vela. Queimei papel, plástico e, acidentalmente, dois dedos. “Quem brinca com fogo pode se queimar”, né? Depois do acidente resolvi parar um pouco de me arriscar e fiquei pensando sobre a eletricidade.
Eu estava sem televisão (que já está estragada há três meses), computador, luz e geladeira, descongelando.
Propagandas às vezes dizem que tal produto vai facilitar sua vida, tornar o consumidor mais independente, mas o que é "ser independente" nos dias atuais? “Um carro traz independência”, e se acabar a gasolina, o que é um carro? “Geladeira pra manter seus alimentos frescos”, e se acabar a energia, o que é uma geladeira? Nada! Talvez um desperdício de matéria-prima. Acho que posso comparar a situação de alguém que tem um talento e não é conhecido. Um computador desligado, sem energia, é um objeto com potencial para fazer várias coisas (escrever, comunicar, divertir, pesquisar, etc.), mas na verdade, é um monte de metais, plástico e vidro quando sem seu “combustível”.

"[...] o que é 'ser independente' nos dias atuais?"


A vulnerabilidade humana para com a energia elétrica é imensurável. O meu dia foi mais produtivo e reflexivo.
Acredito que quanto mais tecnologia tivermos, menos gênios e grandes líderes iremos descobrir, porque os que estes seriam, provavelmente,estão ocupados com algum aparelho eletrônico. Atualmente a vez é das máquinas, enquanto o mérito humano é irrelevante. Hoje em dia precisamos de energia, porque a nossa já está quase se esgotando.

8 comentários:

Thainã Generoso disse...

Adoro ler o negrito rsss.

Unknown disse...

"Acredito que quanto mais tecnologia tivermos, menos gênios e grandes líderes iremos descobrir", tenho que concordar com isso, até porque os gênios do passado fizeram muito mais para a humanidade descobrindo a gravidade e outras coisas mais, do que aumentar a capacidade do nosso tocador de MP3 :D

Isabela Martins disse...

meu propanololzinhoo!
que bom que existe energia! porque assim.. as suas idéias podem ser lidas no mundo todo!
entende?
você soube juntar os dois: talento e eletricidade!

quaaanta energia hein?!
benzoh Deus!

Ricardo Mallaco disse...

fiquei até sem graça agora, mas você sabe que não posso levar em conta todos seus elogios... posso perder minha "humildade" hahahaha :)

Unknown disse...

mto bom... este dia foi diferente mesmo.. fiques escutando itatiaia o tempo todo... coisa q so faço antes de dormir mas pq? pq tinha energia no mp3 neh... pq o que eu ia fazer sem vela? mas podia fazer uma fogueira na sala nee!

Daniel Cupertino disse...

eu gosto muito de ler seu blog.
abraço, meu velho
sucesso!

Ricardo Mallaco disse...

sempre aqui velho!
valeu pelo elogio

a casa é sua cara, volte sempre que quiser atravessar a faixa HAHAHAHA :)

Lorena Martins Lisboa disse...

continua me surpreendendo, mallaco :)